Câmara de São Paulo aprova Operação Urbana Água Branca
Texto proposto pelo prefeito Haddad foi modificado por vereadores.
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta terça-feira (8), por 49 votos a 2, o texto substitutivo proposto pelo prefeito Fernando Haddad (PT) ao projeto de lei que trata da revisão da denominada Operação Urbana Água Branca, criada em 1995 pelo então prefeito Paulo Maluf. Assim que sancionada, a nova lei abrirá à Prefeitura de São Paulo a possibilidade de obter R$ 3,1 bilhões com a venda, ao mercado imobiliário, do direito de construir acima do limite. Vereadores da oposição e aliados de Haddad fecharam acordo para eliminar divergências com relação ao texto final proposto pelo governo.
O vereador Ricardo Young (PPS), que votou a favor do projeto, disse que o texto cedeu a interesses econômicos ao flexibilizar regras de construção. Aliado de Haddad, o vereador e urbanista Nabil Bonduki (PT) afirmou que a proposta não é a ideal, mas a possível. Para Andrea Matarazzo (PSDB), “houve uma discussão saudável". O governo Haddad manteve o limite de 80 metros de altura para edifícios, apesar da pressão de vereadores para que esse limite fosse baixado para 60 metros ou menos. Também ficou valendo a posição do governo com relação à permissão de construção de dois subsolos em parte do perímetro da operação urbana, um a mais do que previa o texto discutido nas audiências públicas. A restrição se deve ao fato de que a área está sobre a várzea.
O texto final determina que 22% dos recursos previstos na operação urbana serão destinados à construção de habitação de interesse social, uma saída diante do impasse entre o governo, que propunha 20%, e os vereadores, que queriam 25%. CepacsTambém prevê a construção de 5 mil moradias com recursos novos arrecadados com a venda de Certificados de Potencial Adicional Construtivo (Cepacs), quando o texto governista chegou a propor 3 mil. A operação urbana vai permitir a construção de até três vagas de garagem por moradia, quando a proposta discutida nas audiências previa apenas uma vaga.
O governo cedeu em relação ao tamanho das moradias permitidas: estava previsto no texto enviado à Câmara a cota máxima de 45 metros quadrados, que permitia apartamentos de 180 metros quadrados. Esse limite caiu para 30 metros quadrados, o que permitirá apartamentos menores, de 120 metros quadrados. O projeto prevê a realização de obras de reurbanização em 15 favelas,
construção da Ponte de Pirituba a partir da Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, inclusão das alças de acesso do Viaduto Julio de Mesquita Neto à Marginal Tietê; extensão da Avenida Pompeia até a Avenida Auro de Moura Andrade e da Avenida Auro de Moura Andrade até a Avenida Santa Marina. Também estabelece um perímetro expandido que permite aplicação de recursos obtidos com a venda de títulos da Operação Urbana Água Branca em uma região quatro ou cinco vezes superior ao da própria operação urbana.
VEJA O VIDEO DO PREFEITO HADDAD
https://www.youtube.com/watch?v=qCTGylXKHqk#t=388
O que são operações urbanas
Operações Urbanas são planejadas e instituídas por lei para promover melhorias em regiões pré-determinadas da cidade através de parcerias entre o poder público e a iniciativa privada. Por meio delas, o poder público emite e leiloa um título chamado Certificado de Potencial Adicional Construtivo, que permite ao comprador, investidor privado, construir acima dos limites para aquela região. O dinheiro arrecadado deve ser investido em melhorias na área da operação urbana, erradicação de favelas e construção de moradias. O projeto de revitalização da área, que já foi dominada por galpões industriais instalados ao longo da ferrovia, prevê atrair 60 mil novos moradores para a região e tem inovações como calçadas com, no mínimo, quatro metros de largura, passarelas sobre o Rio Tietê para pedestres e ciclistas, priorização do transporte coletivo sobre o individual, produção de imóveis a preços mais acessíveis e construção de moradias de interesse social.
Entre as prioridades estão obras de drenagem dos córregos Água Preta e Sumaré, construção de no mínimo 630 unidades habitacionais de interesse social, dentro do perímetro da Operação Urbana Consorciada, com atendimento preferencial dos moradores das Favelas Aldeinha e do Sapo, produção de 3 mil a 5 mil moradias para reassentamento das famílias, construção de no mínimo dez centros de educação infantil, duas escolas municipais de educação infantil, quatro escolas municipais de ensino fundamental, uma escola de ensino médio, duas unidades básicas de saúde e uma unidade básica de saúde com assistência médica ambulatorial.
O projeto de lei também prevê que áreas atualmente ocupadas pelos centros de treinamento do Palmeiras e do São Paulo sejam transformadas em parques após o fim da concessão. A do São Paulo vence em 2020 e a do Palmeiras, em 2070. O limite de construção de subsolos em prédios da região também foi ampliado de um pavimento para dois. O texto foi aprovado em primeira discussão no primeiro semestre e em seguida os vereadores da comissão de política urbana realizaram dez audiências públicas e técnicas ao final das quais, sob consenso, apresentaram ao prefeito uma proposta de texto substitutivo. A equipe do prefeito Fernando Haddad (PT) reeditou a proposta e devolveu à Câmara. O texto do governo provocou críticas da oposição e até de aliados de Haddad, mas durante a tarde houve acordo em relação à maioria dos itens.
G1.com.br
Plano de metas de Haddad
Documento com 123 compromissos foi lançado nesta sexta-feira.
A Prefeitura de São Paulo apresentou na sexta-feira (16/08) o Programa de Metas 2013-2016, com 123 compromissos a serem cumpridos pela gestão Fernando Haddad. O Programa de Metas previa originalmente 100 metas, associadas a 21 objetivos e organizadas em três eixos temáticos. A nova versão ficou com 123 metas, articuladas em 20 objetivos e três eixos temáticos.
101) Projetar, licitar, licenciar, garantir a fonte de financiamento e construir a ponte Raimundo Pereira de Magalhães
Lídia Correa (ex-vereadora ), Antonia Guglielmi (Siurb), José Roberto Voso (Cyrela), Valnoy Paixão (ACSP), Eliseu Gabriel (vereador do PSB), Marcio de Campos (subprefeito Pirituba-Jaraguá) e João Félix (CET).
PONTE ENTRE PIRITUBA E LAPA É PROMETIDA DESDE 1991
Estrutura ajudaria a desafogar o trânsito na saída do bairro,
segundo os moradores.
Os moradores de Pirituba, na zona norte de São Paulo, esperam desde agosto de 1991 a construção de uma ponte sobre o Rio Tietê para ligar a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães à Lapa, na zona oeste da capital. A promessa foi feita pela prefeita Luiza Erundina (1989-1992) e repetida por Celso Pitta (1997-2000) em 1999 e por Gilberto Kassab (PSD) em 2006. A estrutura ajudaria a desafogar o trânsito na saída do bairro, segundo os moradores.
1. Por que a nova ponte sobre a Marginal do Tietê é importante?
Com a previsão de Pirituba receber um shopping (Tietê Plaza Shopping) na esquina da Avenida Raimundo Pereira de Magalhães com a Marginal do Tietê até outubro de 2013, a estimativa da Promotoria de Habitação e Urbanismo é de que cerca de 20 mil pessoas a mais circulem pelo bairro. Os moradores também citam o projeto de um centro de exposições no bairro para 30 mil pessoas como um dos argumentos para a obra. Mas a ponte não consta nas contrapartidas exigidas do shopping pelo governo municipal. Enquanto isso, a Promotoria monitora o cumprimento das exigências, para que as obras de responsabilidade do empreendimento (como alargamento de via e instalação de sinalização) fiquem prontas a tempo de mitigar o impacto negativo no trânsito local.
2. Existe verba prevista para a obra?
As gestões Erundina, Pitta e Kassab asseguraram aos moradores que atenderiam à demanda, mas a verba para a obra nunca foi prevista no orçamento. Os moradores fizeram uma audiência pública e preparam um abaixo-assinado pela inclusão da obra no Plano de Metas do próximo prefeito.
3. Quais dificuldades a falta de ponte tem criado aos moradores?
Antes da construção das pistas da Marginal do Tietê, nos anos 1960, havia uma ponte de madeira por onde os moradores de Pirituba podiam ir para a Lapa em cinco minutos de carro ou em 20 minutos a pé. Logo após a demolição da ponte, os moradores já pediam a construção de uma nova estrutura. Hoje, quem vai de Pirituba para a Lapa - ou vice-versa - precisa fazer um retorno de quase três quilômetros pela Ponte do Piqueri.
4. O que diz a administração municipal?
Em nota, a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) informa que "está ciente da demanda dos moradores", mas que a prioridade é investir na recuperação da Ponte dos Remédios (cuja parte da passagem de pedestres desabou em novembro) e do Viaduto Pompéia (parcialmente interditado por causa de um incêndio em janeiro), ambos na zona oeste.
Fonte: www.estadao.com.br