18/08/2017 - COMPRA DE IMÓVEIS NA PLANTA
Comprar um apartamento recém-lançado na planta sai mais barato do que procurar um imóvel em estoque ou pronto para morar.
Em 2016, o preço médio do metro quadrado de lançamentos na cidade de São Paulo foi de R$ 8.573, enquanto as unidades em estoque custaram R$ 9.455/m² (10% a mais), de acordo com dados da VivaReal-Geoimovel.
Profissionais da área apontam que isso é natural, já que o imóvel na planta se valoriza com o tempo. "Quanto mais próximo ele está da entrega, maior o preço. Todo mês o valor é reajustado pelo INCC [Índice Nacional de Custo da Construção]", diz Aline Borbalan, gerente de inteligência da VivaReal.
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Só que, durante o "boom" imobiliário na cidade, que durou até meados de 2014, a situação era diferente. "Existia uma demanda alta, os preços subiram bastante e havia lançamentos mais caros do que unidades em empreendimentos prontos", afirma Jose Roberto Federighi, diretor geral da imobiliária Brasil Brokers em São Paulo.
Hoje, ainda é possível encontrar essa situação. "Um imóvel na planta com estrutura de lazer e serviços é mais caro do que um pronto sem benefícios", explica Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper.
REAJUSTE DE PREÇOS
Com a queda nas vendas de imóveis, porém, os lançamentos já estão entrando no mercado com preços mais ajustados ao poder de compra -e as unidades vazias ainda têm margem larga para negociação.
"Os preços estavam fora da realidade. Todo imóvel tem o que chamamos de valor justo. Se a empresa pede acima dele, passa a ser especulação e, na venda a prazo, pode gerar uma onda de distratos [cancelamento da compra], como aconteceu no ano passado", explica o engenheiro João da Rocha Lima Júnior, professor do Núcleo de Real Estate da Poli-USP.
Com a expectativa de uma retomada gradual da economia, porém, os valores dos lançamentos devem voltar a subir. "Neste ano, a alta deve ser de 5% a 20%. A partir de 2018, os preços devem subir de 10% a 40%", diz Emilio Kallas, do Secovi-SP (sindicato do setor). Segundo ele, agora é uma boa hora para comprar na planta.
NA BALANÇA
Não é só o preço que deve pesar na escolha entre um apartamento na planta ou pronto para morar.
"Os planejamentos familiar e profissional têm importância. A perspectiva da família vai definir o tipo e tamanho do imóvel, já a proximidade do trabalho está relacionada à localização do apartamento" diz Viriato.
A urgência da compra também deve ser analisada. "Se a pessoa precisa se mudar logo, deve procurar um pronto. Se está com tempo para pesquisar, pode optar por um na planta", diz Marco Aurélio Luz, presidente da Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências.
Ele ressalta que quem adquire um imóvel na planta está comprando "uma promessa", um projeto realizado geralmente em três anos.
"Nesse meio tempo, há o risco de a obra atrasar ou até de a construtora falir. Por isso, é fundamental verificar se a empresa está idônea no mercado", afirma Luz.
Fonte: FOLHA
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