São Paulo – Os Fundos de Investimento Imobiliários (FII) estão em alta. Por um lado, o baixo rendimento da poupança e de outros investimentos indexados à Selic (a taxa básica de juro do mercado) desagradam o investidor conservador, e por outro a baixa da bolsa – que deveria subir com os juros menores - desanima quem tem um perfil mais agressivo. E assim, os FIIs deixam de ser uma alternativa de investimento para passar a ser um dos principais focos de gestores e investidores.
EXAME.com conversou com especialistas do assunto em um evento sobre o mercado imobiliário conduzido esta semana pelo escritório de advocacia N, F & BC Advogados. Eles explicaram por que o mercado tem visto os FIIs como uma saída para as decepções com os outros investimentos mais tradicionais. Veja a seguir os 8 principais para entender o segmento:
1) O seu investimento pode ser literalmente visitado
Para quem acaba de sair de um investimento em renda fixa, como a poupança, fundos DI, CDBs ou Tesouro Direto, sentir solidez nos investimentos pode ser essencial. Apesar de os Fundos Imobiliários não serem isentos de riscos - como qualquer outro investimento de renda variável-, eles podem ser um bom começo para o investidor que não quer sentir que está se arriscando demais.
“Quem investe em um fundo imobiliário tem lastro, tem tijolos e bens de raiz por trás do investimento. E no modelo de fundo imobiliário brasileiro, não se permite a alavancagem, ou seja, não são tomados mais recursos emprestados para investir”, explica Sérgio Belleza, consultor de investimentos e uma das maiores referências em FIIs no Brasil. Ele acrescenta que muitos investidores mais conservadores, sabendo que os imóveis do fundo podem ser visitados, sentem-se mais seguros com o investimento.
Os fundos imobiliários permitem que o investidor invista em imóveis, sem comprá-los diretamente. Por meio de uma corretora, o investidor compra cotas do fundo, que investe em um ou mais imóveis comerciais, corporativos, residenciais e outros para ganhar com sua valorização ou com a renda dos aluguéis. Eles também podem investir ainda em recebíveis imobiliários, que são papéis com lastro em imóveis, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs).
2) Possibilidade de maior rentabilidade em períodos de juros baixos e oscilações da bolsa
Investidores mais conservadores, acostumados a produtos atrelados à taxa Selic, como a poupança e investimentos referenciadas ao CDI (como CDB, LCI e Letras Financeiras do Tesouro – LFTs), sofreram com as quedas da taxa básica, que passou de 12,5% a 7,5%. E os mais agressivos, por sua vez, também enfrentaram dissabores com as oscilações da bolsa. Com isso, os fundos imobiliários ganharam evidência no último semestre.
Entre janeiro e julho, os FIIs tiveram um crescimento de 57% em relação a igual período do ano passado, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ao todo, foram vendidos 5,36 bilhões de reais em novas cotas.
Carlos Ferrari, sócio do N, F & BC e especialista em direito imobiliário, destaca que os FII têm devolvido aos investidores resultados superiores ao de outros investimentos. “Os fundos imobiliários têm permitido juros de 12% ou 14% ao ano ou até mais e hoje são bastante superiores aos prêmios pagos pelos títulos públicos”. Os fundos com melhores resultados no primeiro semestre deste ano chegaram a apresentar rentabilidade de 40% ou até 50% em apenas seis meses.
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